terça-feira, 25 de agosto de 2009

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Atravessamos a Augusta e depois a própria Paulista rumo ao estacionamento onde estava o carro do Pedro.

Observadora, via aquele lugar tão óbvio para os onze milhões de moradores de Sampa como pela primeira vez.

Uma carioca vendo a Paulista pela primeira vez aos 21 anos (embora certa de ter passado ali de carro diversas vezes nas minhas poucas e breves vindas à cidade que decidira descobrir).

Fiquei pensando como São Paulo era imaginada por brasileiros que nunca tinham pisado lá, gente do sul, do nordeste, sei lá, mas brasileiros que não chamavam um carro com dois homens na frente e uma mulher atrás de "carro de paulista". [Pior é que os paulistas chamam isso de "carro de carioca"]

Fiquei imaginando a Stéfhany, musa absoluta do Piauí, conhecendo a maior cidade da América do Sul, você precisa...

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Um

O relógio digital marca 4:01 sob o anúncio de cigarros. O céu negro escondido atrás dos prédios não nos remete à aurora iminente.

“Aqui é o centro do Universo.”

“O Centro do Universo se chama Consolação?” estranhei encarando o letreiro da estação de metrô.

“Dizem que a Paulista é como um casamento, começa no Paraíso e termina na Consolação”, me ensinou Julia, que provavelmente recebeu essa explicação há não muito tempo quando ela se mudou do Rio.

“Na verdade” disse Pedro, corrigindo sua afirmação de toute à l’heure “esse aqui é o segundo centro do Universo. O primeiro é no Ipiranga, manja ali onde Dom Pedro gritou Independência ou Morte?”

“Tô ligada” respondi, pensando se uma paulista em meu lugar teria dito “Manjo”.

De fato se me tivessem dito antes que o Universo é elíptico jamais pensaria que os dois focos se localizam em São Paulo. What are the odds?